Lives de Ciência

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segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Apresentação: "Que história é essa de storytelling?"

Apresentação para a disciplina de pós-graduação DSO 803 Seminário temático, do Prof. Dr. Marden Campos, em 23 de outubro de 2019.

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Desmatamento na Amazônia aumentou 29% em 2019. O que isso quer dizer?

Pelo twitter, perguntaram o quanto se pode atribuir os números divulgados pelo programa Prodes de 9762 km² de desmatamento da Amazônia Legal entre os períodos de agosto de 2018 a julho de 2019 às ações e omissões do novo governo.

Uma coisa que podemos notar é que, a partir de 2012, provavelmente não por coincidência, ano da aprovação da modificação do Código Florestal que diminuiu a proteção sobre a cobertura vegetal nativa, houve um reversão na tendência até então de diminuição das taxas de desmatamento. (Fig. 1.)

Figura 1. Variação na tendência do desmatamento anual na Amazônia Legal brasileira. Dados do Prodes/Inpe.

Então, muito do aumento atual pode ser creditado a uma tendência recente de crescimento das taxas de desmatamento. Porém, a última taxa divulgada pelo Inpe para a temporada de agosto de 2018 a julho de 2019, está acima do esperado pelo ritmo do crescimento de 2012 até 2017. (Fig. 2)

Figura 2. Tendência recente da variação na taxa de desmatamento da Amazônia Legal brasileira. Dados do Prodes/Inpe.

Dois pontos parecem estar mais distantes da curva - ambos bem acima. O ano de 2016 (temporada 2015/16) e o ano de 2019 (temporada 2018/19). Em 2016, com apoio da bancada ruralista, o governo da presidenta Dilma Rousseff foi derrubado. Em 2018 tivemos uma eleição presidencial que resultou na vitória de um candidato que apresentava um discurso contra uma suposta indústria ambiental da multa, com promessas de perdões das penas pecuniárias de infrações por desmatamento, e cujo governo, assumindo em 2019, passou a desmontar as políticas e os órgãos de fiscalização e controle ambientais, demitir e perseguir funcionários...

Mesmo se considerarmos o desmatamento apenas durante o ano de 2019 - que corresponde, usando como proxy a distribuição das taxas do sistema Deter, a cerca de 56% do total do desmatamento da temporada (Fig. 3) - teríamos 667 km² (acumulados de janeiro a julho deste ano) acima do esperado, que seria de 8.570 km², uma alta de cerca de 7,8% pelo menos que podemos atribuir ao que ocorreu durante o presente ano - incluindo as ações do governo federal de fragilização das políticas de proteção ambiental**. Considerando toda a temporada, o aumento foi de 13,8% acima da tendência (1.190 km²).

Figura 3. Variação mensal do desmatamento detectado pelo sistema Deter/Inpe.*

*Upideite(22.nov.2019): A imagem anterior não mostrava os valores da temporada 2019/20.

**Upideite(24.nov.2019): A Climate Policy Iniciative, grupo que produz análises e atua junto a governos e políticos para orientar a constituição de políticas públicas de uso de terra e energia, produziu um relatório que mostra como a estratégia combinada de monitoramento remoto com ação local por agentes públicos é vital no combate ao desmatamento na Amazônia.

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