Lives de Ciência

Veja calendário das lives de ciência.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Yo no creo en brujas... 2

...pero en sacis...

Além do Sacisaurus, outros elementos científicos são batizados em homenagem ao personagem mítico de nosso folclore.

Satélite de Aplicações Científicas 1 e 2. Microssatélites desenvolvido pelo INPE para realizar diversas missões científicas. O Saci-1 foi lançado por meio do foguete chinês Longa Marcha, mas não chegou a entrar em órbita devido, provavelmente, a uma falha no computador. O Saci-2 foi destruído com falha do foguete brasileiro VLS, destruído em pleno ar.

Saci & Perere. Retrotransposons - sequências genéticas capazes de "saltar" de um lugar a outro do genoma por meio da transcrição reversa - encontrados no material genético do Schistosoma mansoni.

Rede SACI. Criada em 1999, congrega várias iniciativas de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia de comunicação para deficientes (físicos, auditivos, visuais...) com o objetivo de disseminar infomações sobre a deficiência em âmbito nacional. Seu nome remete aos princípios da rede: solidariedade, apoio, comunicação e informação.

Smart Adaptive Cloud Identification. Sistema automático de identificação de nuvens para imageamento do céu e previsão de irradiação solar.

Sistema Ancilar de Cintiladores - Pequeno Espectrofotômetro de Radiação Eletromagnética com Rejeição de Espalhamento. Espectrofotômetro de partículas gama para estudos de mecanismos de reações nucleares.

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Há também acrônimos aparentemente não relacionados ao ente travesso:
Selective Arterial Calcium Injection.
Spark Assisted Compression Ignition.
Surface-Activated Chemical Ionization.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

SNCT 2014 - Água que passarinho não bebe

Pra este ano, o tema da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia foi "Ciência e Tenologia para o Desenvolvimento Social".

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Tecnologia social é "um método ou instrumento capaz de solucionar algum tipo de problema social e que atenda aos quesitos de simplicidade, baixo custo, fácil aplicabilidade e geração de impacto social". Uma das tecnologias sociais de maior impacto e simplicidade que conheço é o soro caseiro.

Dentre as figuras envolvidas no desenvolvimento dessa tecnologia, podemos destacar o médico austríaco naturalizado americano Norbert Hirschhorn. Em 1964, na divisão médica do exército americano, atuava em Bangladesh, então parte do Paquistão, combatendo uma epidemia de cólera. O tratamento aplicado era a hidratação por via endovenosa - um procedimento relativamente caro e que demandava instalações hospitalares. Outros já estavam trabalhando no processo de desenvolvimento de uma solução para administração oral com mistura de água, açúcar e sal; por heurística (nome pomposo para o processo de tentativa e erro), Hirschhorn acabou chegando a uma proporção ideal para a Terapia de Reidratação Oral. Algumas estimativas dão conta de que 50 milhões de pessoas foram salvas de morrerem desidratadas por várias das doenças diarreicas, cólera e similares. Hoje, aposentado, o médico dedica-se à poesia. O que Oslo espera para conferir o Nobel da Paz a Hirschhorn é um mistério para mim. De todo modo, ele deve ser uma das quarenta pessoas no mundo que podem deitar a cabeça de noite sem nenhum peso na consciência.

Infecções causadoras de diarreia são difundidas principalmente por falta de acesso à água de boa qualidade. De um lado, há uma ampla pesquisa para o desenvolvimento de novos métodos de purificação da água: com descarga elétrica, com nanopartículas, com plasma, com grafenos, etc. De outro, há incentivos para projetos de gerenciamento para conservação das fontes de água como a 'Água, fonte de vida' da ONU Água; o 'Grande Prêmio Mundial Rei Hassan II para a Água', do governo de Marrocos e do Conselho Mundial da Água; e o 'Prêmio da Água de Estocolmo', do Instituto Internacional da Água de Estocolmo (que conta também com uma categoria júnior, para estudantes). Mas são projetos nem sempre facilmente aplicáveis em regiões remotas e áreas sem infraestrutura mínima. A ONG "Engenharia para a Mudança" lista 10 métodos de baixo custo para tratamento local de água.

Mas uma tecnologia social ainda mais simples de purificação da água é a SODIS (de 'solar disinfection'): acondiciona-se água de baixa turbidez (as águas com sujeira em suspensão - como lodo -; devem ser deixadas para descansar antes, assentando a sujeira e pegando a água mais clareada) em garrafas PET, sacode-se para oxigenar a água e deixa-a exposta à luz solar por cerca de 6 horas (se o céu estiver limpo) ou por dois dias (em dias nublados). A radiação UV, a temperatura e a oxigenação destroem boa parte dos protozoários, bactérias e vírus causadores de doenças. O uso da tecnologia tem reduzido a internação por diarreia entre 9 e até 86% em alguns locais e épocas. Aftim Acra, farmacêutico e sanitarista palestino, apresentou a SODIS em um livreto da Unicef em 1984. A EAWAG (Instituto Federal Suíço de Ciência e Tecnologia da Água) realizou uma série de testes com a tecnologia no início da década de 1990 e tem divulgado sua aplicação em países em desenvolvimento. Infelizmente, Acra não poderá vir a receber o Nobel, o cientista faleceu em 2007 e a o prêmio não permite indicações póstumas.
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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

A importância das redes de pesquisa no desenvolvimento da ciência

No começo de agosto participei de um evento sobre Genômica Translacional na Unicamp para cobri-lo dentro do projeto que estou desenvolvendo. Produzi o texto abaixo para a seção de notícias da Com Ciência, mas acabou não sendo publicado.

Mais abaixo publico na íntegra (ou quase, parte da entrevista acabou não sendo gravada) transcrição do depoimento de Glaucius Oliva sobre pesquisa em rede e internacionalização da ciência brasileira - tema da palestra que deu no evento.

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Cientistas ressaltam importância de redes de pesquisa em evento na Unicamp
Entre os dias 4 e 6 de agosto, o Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética (CBMEG) e o Laboratório Central de Tecnologias de Alto Desempenho em Ciências da Vida (LaCTAD) realizaram o Advanced Topics in Genomics and Cell Biology (“Tópicos Avançados em Genômica e Biologia Celular”) no Centro de Convenções da Unicamp. Na edição deste ano, o tema foi a genômica translacional – área relativamente nova da pesquisa genética que procura integrar os conhecimentos genômicos no entendimento dos mecanismos moleculares de desenvolvimento de doenças. Em seu primeiro dia, o principal tópico destacado foi a formação de redes de pesquisa e sua importância para o desenvolvimento da ciência atual.

O presidente do CNPq, o físico Glaucius Oliva, em sua palestra destacou as ações do governo federal para a indução de formação de redes de pesquisa e seu fortalecimento. “Você não pode pensar em fazer ciência hoje sem ser em rede”, disse Oliva. Dentre os desafios do sistema de Ciência e Tecnologia no Brasil que podem ser enfrentados pela pesquisa em rede listados pelo dirigente estão a qualidade e o impacto social, econômico e educacional dos estudos, o melhor uso da infraestrutura científico-acadêmica, a internacionalização da ciência brasileira e a inovação. “Em função da necessidade do crescimento interno, nós perdemos muito da nossa capacidade de cooperação internacional nos anos recentes e por isso a participação em redes internacional é extremamente importante”, reconheceu Oliva em entrevista exclusiva ao Com Ciência Notícia. Mas esse processo de integração a redes internacionais tem seus próprios desafios. “Um exemplo recente é o do ESO [Observatório Europeu do Sul, principal organização astronômica intergovernamental da Europa]; há uma proposta de participação brasileira, mas que a própria comunidade científica discutia, porque achava que era muito dinheiro num laboratório internacional, quando devia colocar esse dinheiro para os laboratórios do próprio país”, disse completando: “A gente tem que, de fato, olhar de uma forma mais abrangente a interação dentro do país e, principalmente, fora do país no formato de redes.


O biólogo Wen Hwa Lee, do Structural Genomic Consortium (consório de pesquisa em parceira público-privada com sede em Toronto, Canadá), apontou a necessidade da realização da pesquisa dentro do modelo de “Ciência Aberta” com uma rede de pesquisadores sem o envolvimento de propriedade intelectual sobre as ferramentas de pesquisa e outros insumos, diferentemente da pesquisa farmacêutica tradicional.

Elise Feingold, bióloga, líder do Projeto ENCODE de anotação do genoma humano, não pôde comparecer ao evento em que palestraria sobre o papel da integração de dados no entendimento das doenças humanas. Mas, em entrevista por e-mail, Feingold apontou que ferramentas disponíveis na internet como wikis, compartilhamento de documentos na nuvem para edição coletiva e teleconferências ajudam a reduzir a necessidade de encontros presenciais – nem sempre possíveis dado o fato de que os cientistas em geral estão bastante atarefados desenvolvendo suas pesquisas.
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Depoimento de Glaucius Oliva sobre a importância das redes de pesquisa no Brasil e o papel da internacionalização da ciência brasileira.
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[…] habilidades instrumentais, elas requerem uma forte interação com o mundo exterior aonde os problemas importantes estão aí para serem resolvidos, e por isso, no mundo todo, os principais projetos hoje têm sido desenvolvido sempre nesse formato de redes. No Brasil, esse programa foi pioneiramente desenvolvimento pela Fapesp, que ao longo de sua história foi antecipando, no nível nacional, várias modalidades de apoio a redes, inicialmente apoiava projetos individuais. Projetos temáticos já foi uma forma de introduzir redes. Programas multiusuários, uma outra forma de introduzir redes. E depois os CEPIDs, já no final da década de 90, quando ela lança o programa para terem redes maiores neste caso. No nível nacional, nós também fomos tendo diversos programas para apoiar redes, desde o programa Pronex, Grupos de Excelência, depois o programa dos Institutos do Milênio, depois o programa dos INCTs, que agora está sendo renovado, e todos eles requerendo essa conjugação de grupos mais consolidados com grupos emergentes no país. Evidente que hoje o grande desafio da ciência brasileira é também se internacionalizar mais. Em função da necessidade de crescimento interno, nós perdemos muito da nossa capacidade de cooperação internacional nos anos recentes e por isso a participação em redes internacionais é, de fato, extremamente importante, embora isso mesmo dentro das comunidades às vezes gera olhares contraditórios, nós tivemos um exemplo recente que é o do ESO, European Southern Observatory, que, enfim, há uma proposta de participação brasileira, que evidentemente tem que ser aprovada pelo Congresso Nacional, se a gente quer aportar recursos vultosos, mas que a própria comunidade científica discutia, porque achava que era muito dinheiro num laboratório internacional, quando devia colocar esse dinheiro para os laboratórios do próprio país. O programa Ciência sem Fronteiras também gerou esse tipo de reação: “ah, será que vale a pena pagar para estudantes brasileiros irem para o exterior quando a gente podia pegar esse mesmo dinheiro e botar nos laboratórios de ensino das universidades brasileiras”, mas essas coisas tem que ser completares, entendeu? A gente tem que, de fato, olhar de uma forma mais abrangente a interação dentro do país e, principalmente, fora do país no formato de redes.

Tem duas modalidades no Ciência sem Fronteiras para atrair pesquisadores do exterior. Uma é para jovens talentos, que são pós-docs diferenciados, com uma bolsa diferenciada com auxílio à pesquisa. Equivalente ao Jovem Pesquisador aqui da Fapesp. Nós já temos 500 bolsas dessa modalidade concedidas nos últimos três anos. E o outro programa é o programa de Professor Visitante Especial, esse é um programa bem interessante, porque você pega um pesquisador sênior, cientista de alto nível internacional, e que está disposto a vir ao Brasil, um, dois meses por ano, por um período de três anos inicial[mente]. Ele ganha uma bela bolsa pelo mês que passa aqui. São 14 mil reais pessoais, por mês. Esse mês não precisa ser contínuo, pode ser dividido em estágios. Ele ganha uma bolsa de pós-doc, para deixar um pós-doc aqui trabalhando durante três anos. Uma bolsa de doutorado sanduíche para cada vez que vem levar um estudante junto com ele de volta para seu país de origem. E 50 mil reais por ano para fazer pesquisas aqui no laboratório que o hospeda. E um acordo com agências de fomentos locais, estaduais e federais de que esses indivíduos nesses programas podem pedir projetos maiores nas agências liderando esses projetos. Porque eles têm um certo vínculo, então, com as instituições que os hospedam. Nós já temos 8 centros desses pesquisadores no Brasil trabalhando hoje em dia.

Não, não [não temos metas numéricas para esses programas]. Nós temos agora a renovação do programa Ciência sem Fronteiras pelos próximos 4 anos. Mais 100 mil bolsas. E portanto a gente espera ter aí um número maior para os próximos anos a seguir.
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Agradecimentos: Aos entrevistados; à comissão organizadora do evento. Às orientadoras Profa. Dra. Simone Pallone e Dra. Katlin Massirer.

Este trabalho foi produzido sob financiamento da Fapesp (Bolsa Mídia Ciência).

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Como é que é? - Tubarões não adoecem?

Já tinha ouvido falar que tubarões não têm câncer, mas parece que tem um mito ainda mais abrangente: a de que tubarões simplesmente não desenvolveriam nenhuma doença (Fig. 1).

O mito é explorado por uma ampla gama de produtos milagrosos, como extrato de cartilagem de tubarão, supostamente com poderes protetivos contra tumores (há pesquisas em andamento sobre o efeito antiangiogênico - isto é, inibidor de formação de vasos sanguíneos - da cartilagem de tubarão que poderia ser útil no tratamento de tumores, mas não há nada definitivo, muito menos sobre as vias de administração). (Ostrander et al. 2004.)

Figura 1. Meme desinformativo (à esquerda). Seu real valor (à direita).

Não preciso dizer que é bobagem, certo? Bem, mas vamos aos dados:

Várias espécies de bactérias do gênero Vibrio (sim, parentas da que causa a cólera em humanos) estão associadas à mortalidade em tubarões mantidos em cativeiro (Grimes et al. 1984, Grimes et al. 1985).

O parasitismo pelo copépodo Nemesis robusta nas guelras leva a uma deficiência na respiração (Benz & Adamson 1990).

O fungo Fusarium solani pode atacar os canais da linha lateral de tubarões-martelo em cativeiro (Crow et al. 1995).

E, sim, tubarões *TÊM* câncer:  neoplasia na gengiva (Borucinska 2004), melanoma (Waldoch et al. 2010), lesões proliferativas (Robbins et al 2013)... Conforme Ostrander et al. (2004), casos de neoplasias em condríctios (grupo dos peixes cartilaginosos a que pertencem os tubarões) são conhecidos há mais de 150 anos (mais de 160 anos agora). A primeira descrição (em uma raia) data de 1853. Há até condroma (tumor benigno na... cartilagem).

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Essa proliferação de perfis nas redes sociais que supostamente relatam fatos (curiosos, pouco conhecidos, interessante) sem nenhum tipo de referência é uma praga. Essas bobagens não são raras, não sei se fruto somente de uma ausência de um mecanismo mínimo de conferência ou se por má fé. A se aplicar a navalha de Hanlon, eu deveria me ater à primeira hipótese. Mas, diante do fato de a quase totalidade se manter alheia às correções feitas, não dá pra não pensar em algo além da ingenuidade e do trabalho de má qualidade. O melhor a se fazer é ignorar tais perfis - talvez se cometa alguma injustiça, mas se evita a exposição à informações factualmente erradas (ou pelo menos de natureza duvidosa que não merecem nem de longe serem chamadas de fatos).
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Referências
Benz, G.W & Adamson, S.A.M. (1990). Disease caused by Nemesis robusta (van Beneden, 1851) (Eudactylinidae: Siphonostomatoida: Copepoda) infections on gill filaments of thresher sharks (Alopias vulpinus (Bonnaterre, 1758)), with notes on parasite ecology and life history Canadian Journal of Zoology, 68 (6), 1180-1186 : 10.1139/z90-175

Borucinska, J., Harshbarger, J., Reimschuessel, R., & Bogicevic, T. (2004). Gingival neoplasms in a captive sand tiger shark, Carcharias taurus (Rafinesque), and a wild-caught blue shark, Prionace glauca (L.) Journal of Fish Diseases, 27 (3), 185-191 DOI: 10.1111/j.1365-2761.2004.00532.x

Crow, G., Brock, J., & Kaiser, S. (1995). Fusarium solani Fungal Infection of the Lateral Line Canal System in Captive Scalloped Hammerhead Sharks (Sphyma lewini) in Hawaii Journal of Wildlife Diseases, 31 (4), 562-565 DOI: 10.7589/0090-3558-31.4.562
Grimes DJ, Stemmler J, Hada H, May EB, Maneval D, Hetrick FM, Jones RT, Stoskopf M, & Colwell RR (1984). Vibrio species associated with mortality of sharks held in captivity. Microbial ecology, 10 (3), 271-82 PMID: 24221148

Grimes, D., Gruber, S., & May, E. (1985). Experimental infection of lemon sharks, Negaprion brevirostris (Poey), with Vibrio species Journal of Fish Diseases, 8 (2), 173-180 DOI: 10.1111/j.1365-2761.1985.tb01212.x

Ostrander GK, Cheng KC, Wolf JC, & Wolfe MJ (2004). Shark cartilage, cancer and the growing threat of pseudoscience. Cancer research, 64 (23), 8485-91 PMID: 15574750

Robbins, R., Bruce, B., & Fox, A. (2013). First reports of proliferative lesions in the great white shark, L., and bronze whaler shark, Günther Journal of Fish Diseases DOI: 10.1111/jfd.12203

Waldoch JA, Burke SS, Ramer JC, & Garner MM (2010). Melanoma in the skin of a nurse shark (Ginglymostoma cirratum). Journal of zoo and wildlife medicine : official publication of the American Association of Zoo Veterinarians, 41 (4), 729-31 PMID: 21370659
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via @oatila.

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