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terça-feira, 28 de abril de 2009

Aquecimento global (parte 1 de 3): leitor comenta

Takata, estou eu aqui como prometido. Três considerações a fazer, se me permite:

1. Consenso e unanimidade

Takata disse:
“Há uma corrente de pessoas que negam o aquecimento global antropogênico contrariamente ao consenso na comunidade científica alcançado desde pelo menos o IV IPCC (2007).”

Você frisa que existe consenso mas não existe unanimidade. Qual a diferença? Unanimidade seria quando um grupo possui a mesma opinião sobre um determinado assunto enquanto consenso seria um ACORDO no grupo para se chegar a um ponto de vista comum. Concorda? Se sim, temos uma unanimidade. Claramente não existe acordo entre os cientistas. Mas entre os climatologistas parece que se está caminhando para um consenso de que defender a teoria do aquecimento global é entrar numa fria. Afinal, uma pesquisa do Gallup indicou que apenas 17% dos membros da American Meteorological Society da American Geophisical Society achavam que o aquecimento do século 20 teria sido resultado de um aumento das emissões de gases de efeito estufa.

Desculpe-me mas, tentar enfiar guela abaixo este “consenso” é uma impostura científica.

Portanto, sua frase é contraditória além de não ser verdadeira: se há uma corrente que nega, logo, não existe consenso. Aliás consenso em ciência é raro. O senado americano possui um relatório que contém mais de 700 assinaturas dos maiores climatologistas e físicos do planeta questionando a teoria do aquecimento global. Logo, não procede afirmar sobre consenso. Pelo contrário: o relatório do IPCC contém assinaturas de 52 cientistas somente contra mais de 700 do US. Senate Minority report.

2. Espaço exageradamente grande nos meio de comunicação aos céticos.

Achei muito estranho você dizer isto. A mída está entupida de reportagens fazendo referência sobre o aquecimento global. É raro encontrar reportagens mostrando o outro lado. Veja, por exemplo, as várias séries na rede globo – atualmente a série no fantástico.
O filme “Uma verdade incoveniente” foi agraciado com Oscar, apesar de conter 26 afirmações distorcidas, 17 enganosas, 10 exageradas, 28 especulativas e 19 erradas – isto tudo registrado no livro de Marlo Lewis. Sem falar que o judiciário Inglês confirma as incorreções, pois o filme só pôde ser distribuído nas escolas da Inglaterra depois de diversas correções.
A Folha a pouco publicou artigo de Azevedo questionando o aquecimento global. Achei estranho, pois o perfil dos leitores da folha ainda são bem contrários ao passado pouco democrático de Azevedo. Se fosse um artigo de um cientista com mais reputação, duvido que a folha tivesse publicado. Você mesmo presenciou o debate no blog do Nassif - muitos eram contra o Azevedo pelo seu passado e não pelos argumentos apresentados.

3. Você apresentou gráficos usando somente fontes de termômetros terrestres (RSS/GISS)

É sabido que existe duas bases distintas de dados: os termômetros terrestres e os satélites. A diferença é grande e séria podendo comprometer a credibilidade da ciência. Consulte as fontes e verá as diferenças. Você pode chegar à conclusões claras acessando gráficos das duas fontes de dados em
(http://www.junkscience.com/MSU_Temps/Warming_Look.html

Qual dos dois métodos seria mais adequado para calcular uma possível média de temperatura da terra? Analise os prós e contras de ambas e conclua.

A fraude ocorrida em outubro de 2008 pelos alarmistas usou uma base de dados corrompida da Rússia (http://wattsupwiththat.com/2008/11/10/giss-releases-october-2008-data/ ) e também com a computação de dados de bases desativadas, me lembrando as incorreções nos relatórios do IPCC (alguns exemplos interessante em http://uddebatt.wordpress.com/2009/04/05/fatal-errors-in-ipccs-global-climate-models/ )
e dos erros grosseiros no filme de Al Gore.

Obs: veja nos gráficos que a curva do aumento do CO2 não tem relação com as variações média das temperaturas. Fica complicado observar uma relação entre as duas curvas.

Aliás, o arrefecimento apresentado pelo planeta neste século é uma facada na lógica do aquecimento antropogênico.

4. Teorias da conspiração

Takata disse:
“É também conveniente para muitos setores contrariados com as medidas sugeridas para o combate ao aquecimento global: como a indústria petrolífera e países e grupos cujos meios de produção dependem fortemente de atividades poluidoras da atmosfera. “

O que não é este parágrafo acima senão uma bela de uma teoria da conspiração? E logo depois você afirma:

“quais as bases que sustentam a afirmação de que está a ocorrer um aumento global da temperatura e que esse aumento é causado pelas atividades humanas? Sem isso, sobra espaço para toda sorte de teorias conspiratórias. “

Não sou dado a dar corda para teorias da conspiração, mas reconheço que elas existem de ambos os lados. Do lado dos céticos tais teorias são motivadas por:

- Al Gore
Gore é um dos sócios-fundadores do fundo de investimento Generation Investiment Managment – criado para promover investimentos de longo prazo “sustentáveis” - conflito de interesses que motivam teorias da conspiração.

- Maurice Strong (articulador internacional da teoria aquecimentista)
Associou-se ao mega-especulador George Soros em um projeto para inserir nos USA os mini carros chineses Cherry – menos poluidores – conflito de interesses que motivam teorias da conspiração.

- Mercado Capt-and-Trade – lucratividade para investidores de empresas ambientalistas

- O alarmismo seria uma tática para frear o desenvolvimento do terceiro mundo e garantir aos países ricos suas conquistas tecnológicas no caso do desenvolvimento dos países pobres comprometer os recursos da terra?

Veja bem: não sou adepto de tais teorias que se desenvolvem a partir das idéias acima. Apenas estou mostrando que elas podem pulular pelos dois lados da contenda.

É isso aí. Até mais.

Jandui

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