No Brasil temos atualmente mais de 100 mil lan houses (que fornecem acesso à internet para 32 milhões de usuários). Boa parte delas em situação informal (somente cerca de 13% são formalizadas), com uma média de 6 a 10 computadores cada - provendo cerca de 400 horas semanais de acesso.
Agora, imaginemos que consigamos um índice de formalização de 50%. Serão 300-500 mil computadores. Sigamos imaginando. Agora que cada um desses terminais tenha instalado um software de computação distribuída no estilo BOINC - formaria uma rede de tamanho equivalente. O projeto BOINC tem uma respeitável capacidade de processamento de 5,3 petaflops. O supercomputador mais poderoso operando no Brasil tem capacidade de 258 teraflops.
Agreguemos à essa rede os computadores comprados com verbas federais destinados ao ensino e à pesquisa. Só o programa Um Computador por Aluno licitou 150 mil máquinas. É possível que se possa ultrapassar a marca dos 8,2 petaflops do K Computer - o mais rápido supercomputador até o momento.
A instalação dos softwares em terminais de lan houses poderia ser exigida como condição de formalização - e não traria maior custo aos proprietários - e, nos computadores adquiridos por verbas federais, os programas poderiam ser instalados como condição do edital.
Parceriais com governos estaduais e municipais poderiam ampliar ainda mais a base da rede.
Upideite(05/jan/2012): Há, no entanto, uma limitação relativamente séria - localizado quase que exclusivamente em território nacional, tal supercomputador teria uma janela diária de funcionamento limitado a cerca de 8 a 10 horas (alguns equipamentos poderiam permanecer 24 horas funcionando, mas longe de fornecer, em conjunto, uma capacidade significativamente grande de processamento).
Upideite(22/jun/2016): Desde então as lan houses passaram por uma crise, fechando um grande número delas. Dos 100 mil estimados em 2011, em 2013 eram 60 mil. Com as ascensão dos smartphones no acesso à internet, talvez sua base possa substituir, ainda que parcialmente, a perda da base de lan houses, por meio de aplicativos de ciência cidadã ou mesmo de jogos puros.
Upideite(22/jun/2016): Desde então as lan houses passaram por uma crise, fechando um grande número delas. Dos 100 mil estimados em 2011, em 2013 eram 60 mil. Com as ascensão dos smartphones no acesso à internet, talvez sua base possa substituir, ainda que parcialmente, a perda da base de lan houses, por meio de aplicativos de ciência cidadã ou mesmo de jogos puros.
3 comentários:
Ideia interessante, mas bem complexa.
Um aspecto a ser levantado que pode ser proibitivo na implamantação é o consumo de energia. Uma lan-house com 10 computadores ligados e processando boa parte do tempo consumiria mais energia, mas não consigo nem chutar se esse aumento seria relevante.
O tempo de vida útil do equipamento da lan-house (caso haja processamento em boa parte do tempo) também seria diminuído.
Sem contar a dificuldade de se fiscalizar se a lan-house tem o programa funcionando mesmo.
Talvez se reduzir alguns impostos de acordo com o processamento produzido pela lan-house...
A ideia é muito interessante.
Complicada pq demanda convencimento de muitas pessoas.
Não consegui convencer meus alunos para adotar o BOINC em seus computadores particulares. Só uma aluna verbalizou uma opinião e foi algo assim "É legal, mas sei lá...".
Salvem Francisco, Brudna,
Valeu pelas visitas e comentários.
@Francisco O consumo de energia não é grande. A queda de desempenho é pouco significativa - ainda mais para o tipo de uso que se dá a esses computadores: navegar na internet. A maior parte do processamento se dá durante o tempo ocioso - o do Seti@Home, por exemplo, pode funcionar como protetor de tela.
A fiscalização (se necessária) pode ser feita remotamente - já que os programas de tempos em tempos se conectam com o servidor da rede para transferir e pegar informações.
@Brudna Bem, a instalação seria mais compulsória. E como, ao mesmo tempo, não traz maiores complicações - não tem grandes custos associados e nem é uma operação complexa - não vejo um problema de adesão.
[]s,
Roberto Takata
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