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quinta-feira, 4 de março de 2010

Mala influenza 15

O MS lançou uma campanha de esclarecimento e prevenção à nova gripe A(H1N1) e também de vacinação contra ela.

Um dos vídeos da campanha aqui:


E pra derreter o coração das donzelas (e de alguns marmajos), eu proporia como garotos-propaganda da campanha de prevenção os guris abaixo.

"Lava outra mão, lava uma mão"...

E atenção ao calendário de vacinação (para receber sua vacina - se fizer parte dos grupos prioritários - basta se dirigir aos postos de saúde, ou postos volantes que serão montados à época, nas datas correspondentes - grupos especiais receberão ainda a vacina contra a gripe sazonal):
Fonte: MS. Upideite(01/abr/2010): O MS prorrogou a segunda etapa (grávidas, doentes crônicos e crianças de seis meses a dois anos) para até 23/abr.

Por que é importante se vacinar? Por dois motivos: um é a própria saúde - a vacinação é um processo bastante eficaz de se prevenir contra a gripe -, a outra é a saúde das demais pessoas - quem se vacina deixa de ser uma possível fonte de transmissão.

No ano passado, foram registrados no Brasil (dados do boletim epidemiológico 34, de agosto de 2009) pelo menos 6.592 casos da nova gripe por aqui. Em uma população de cerca de 190 milhões de habitantes, isso dá cerca de 1 chance em 3.000 de adoecer - considerando-se as condições do ano passado: mas pode ser muito maior nesta segunda onda (valendo-se modelos de transmissão de gripes sazonais).

Tomando a vacina, as chances de se contrair a gripe caem para praticamente zero. Em modelos animais, a imunização foi 100% eficiente. E, como se trata de vírus mortos e não apenas atenuados, não há riscos de se contrair a doença pela vacina. Há possibilidade de pequenos efeitos colaterais (náuseas, febre e dores de cabeça); reações alérgicas mais graves são muito raras, baseando-se nas vacinas trivalentes contra a gripe comum (vide tabelas 1 e 2).

Os casos de mortes registradas são de 0,5 morte por milhão de vacinas aplicadas. Compare-se com os 657 óbitos registrados no Brasil no ano passado pela nova gripe: cerca de 3,5 mortes por milhão (novamente, na segunda onda, isso poderia aumentar).


Tabela 1. Reações leves reportadas em adultos - para vacina trivalente contra a gripe comum.
Problema Taxa (por milhão)
Reação no local de injeção 12,8
Dor 3,35
Vasodilatação 4,16
Febre 3,3
Mialgia 3,12
Prurido 2,78
Dor de cabeça 1,97
Erupções 1,89
Astenia 1,8
Urticária 1,64
Fonte: Vellozzi et al. 2009.

Tabela 2. Reações graves reportadas em adultos - para vacina trivalente contra a gripe comum.
Problema Taxa (por milhão)
Síndrome de Guillain-Barré 0,7
Astenia 0,6
Parestesia 0,56
Febre 0,53
Dispneia 0,4
Dor 0,37
Miastenia 0,34
Reação no local de injeção 0,33
Hipocinesia 0,3
Dor de cabeça 0,27
Fonte: Vellozzi et al. 2009.

4 comentários:

Unknown disse...

essa vacina encalhou em toda europa http://news.bbc.co.uk/2/hi/health/8448080.stm, pois a gripe mata muito menos que a gripe comum.
No Brasil é diferente, temos que vacinar todo mundo. Laboratorios riem a toa. Enquanto isso a dengue....

none disse...

Pra dengue não tem vacina, Ari. Ou melhor, tem, mas como há várias cepas, e não tem vacinas pra todas - uma vacinação contra dengue tenderia a agravar o quadro: por causa da forma hemorrágica.

A nova gripe não mata menos, não, Ari. Ela mata tanto quanto. Ela matou menos em termos absolutos, mas a letalidade é parecida (um pouco maior). O problema é que ela tem uma forma mais grave - a morbidade é maior, principalmente pela síndrome respiratória aguda.

[]s,

Roberto Takata

Unknown disse...

Takata,
Na europa optou-se por vacinar grupos de risco. Por isso o encalhe. já pensou um esforço para como o que foi feito para a mitigaçao da gripe aplicada a dengue? Uma pena que ela só atinja cucarachas e povos POBRES tropicais né? Descupe minha ignorancia mas achava vacina contra a gripe dificil por causa das mutaçoes...

none disse...

Ari,

A vacina contra a gripe não é difícil propriamente. Apenas que ela perde a eficácia muito rapidamente para as novas cepas. Aí que tem as vacinações anuais e sempre com vacinas para novas cepas.

A dengue não atinge apenas países pobres. Há áreas em que ela está presente, p.e., nos EUA - sobretudo na região sul. Mas, sim, países pobres sofrem mais com ela.

Vc está certo em que deveríamos cobrar um esforço maior das autoridades *também* em relação à dengue. O complicador da dengue é que ela não apenas não tem um conjunto eficiente de vacinas (por causa daquilo de haver várias cepas aqui), mas depende também da colaboração maciça da população: tem que mudar hábitos e culturas - o que leva tempo (aí envolve não apenas campanhas, propagandas como tb educação - por anos a fio). Sem falar na evolução tanto dos vírus como do próprio mosquito transmissor.

[]s,

Roberto Takata

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