Prezado Jandui Aranha,
Vamos ao seu desafio. O documentário "The Great Global Warming Swindle" foi exibido no Canal 4 britânico em horário nobre. Tem 75 minutos de duração. Reportagens de 5 minutos são muito raras, o padrão é de 30 segundos ou até 60 segundos. Mas na Fox News encontramos reportagens e entrevistas de mais de 5 minutos.
Quanto ao consenso, foi o que eu disse, é uma concordância - não precisa haver *acordo*. Mas o principal é que não precisa haver unanimidade para se caracterizar o consenso - o fato de haver uma parcela discordante não elimina o consenso. Apenas se essa parcela for tal que a parcela concordante deixe de ser majoritária.
Você pode até passar a lista dos mais de 800 cientistas que discordem do fato do aquecimento global (ou que ao menos não seja eminentemente gerado pelas atividades humanas): ainda que muitas dessas listas tenham apresentado problemas relacionados à inclusão de nomes de pessoas que *não* discordam do fato do aquecimento global antropogênico ou que não possuem nenhum artigo publicado na área; ela é muito pequena diante, por exemplo, da lista elaborada pela World Scientist's Warning to Humanity - com cerca de 1.600 assinaturas. O próprio 4o relatório do IPCC leva a assinatura de mais de 1.200 pesquisadores.
E uma pesquisa cujo resultado foi divulgado em janeiro deste ano aponta que mais de 80% dos especialistas consultados (em um total de 3.146) concordam com a frase: "as atividades humanas têm sido um fator significativo na alteração das médias de temperaturas globais". (90% concordam que está havendo um aquecimento global.)
Desconheço sobre a autorização ou não da AMS e da NAS sobre seus membros falarem de consenso. O que está no sítio web da AMS é a posição oficial da entidade que diz taxativamente: "overwhelming majority of scientists agree".
Quanto a sua pergunta a respeito de quão significativa a outra parte, bem não é significativa o bastante a ponto de tornar as atividades humanas não-significativas: "are likely *mostly* due to *human activities*".
Em relação aos trabalhos acadêmicos, basta ir, por exemplo, ao Google Scholar.
Você pode considerar desonesto. Mas que há consenso é em si um fato. Dizer que há um consenso não é um ato de autoritarismo. Nem tampouco o IPCC tem qualquer poder de impor qualquer coisa - tanto é que os governos não estão fazendo muita coisa para diminuir a emissão de poluentes atmosféricos, em especial, do dióxido de carbono.
Quanto à queda das temperaturas médias. Sim, quem irá responder é o tempo. Mas não significa que a questão esteja no ar. Há toda uma série histórica que indica claramente que há um aquecimento. Enquanto novos dados não desfizerem essa série histórica, não há motivo para suspender o julgamento fatual.
[]s,
Roberto Takata
terça-feira, 5 de maio de 2009
Aquecimento global (parte 1 de 3): resposta (2)
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aquecimento global
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3 comentários:
Takata melhora sua lógica ou compreensão das palavras.
CONSENSO:
"Observe o que você escreveu:
Quanto ao consenso, foi o que eu disse, é uma concordância - não precisa haver *acordo*. Mas o principal é que não precisa haver unanimidade para se caracterizar o consenso - o fato de haver uma parcela discordante não elimina o consenso. APENAS SE ESTA PARCELA FOR TAL QUE A PARCELA CONCORDANTE DEIXE DE SER MAJORITÁRIA." (SIC!)
Quer dizer que, se existe apenas dois pontos de vistas, então, sempre haverá consenso? Pois se a parcela concordante deixar de ser majoritária, a outra seria. Putz, você agora se enrolou.
Na sua lógica, na época da guerra fira existia consenso de qual o melhor sistema para se governar o mundo (afinal, um dos lados deveria ser maioria...).
Vou fazer o seguinte: enquanto não concordar que não existe consenso, vou te passando referências de listas e mais listas de cientistas DE VERDADE que não concordam com o aquecimento antropogênico. Acho que só assim entraremos em um consenso.
1. primeira lista
Frederick Seitz, antigo presidente da Academia Nacional de Ciências e do Instituto Americano de Física dos EUA e atual presidente da Universidade Rockefeller e do Instituto George Marshall, por exemplo, tem mais de 32 mil assinaturas. O último relatório do IPCC tem 51 ou 52 não pense que são 1200.
Quanto aos programas que você me passou, você teve que ir muuuuito longe buscar estes exemplos. Estou falando de programas com alcance popular, Takata. Aí, você pode procurar, procurar, procurar, procurar... Não vai achar NUNCA!!!!
ps. estamos em Maio - a tempos não dormia de cobertor nesta época...
Caro Jandui Aranha (em sua homenagem fiz um post sobre aranhas),
Do meu ponto de vista quem precisa melhorar a compreensão é você. Irei recuperar a definição do titio Houaiss:
"consenso. s.m. (1493 cf. IVPM) 1 concordância ou uniformidade de opiniões, pensamentos, sentimentos, crenças etc., da maioria ou da totalidade de membros de uma coletividade (o c. da cristandade)"
E não estou aqui falando de uma maioria simples: 50% + 1. Mas de uma, como diz a AMS, "overwhelming majority" (maioria esmagadora). Pesquisa recente que indiquei mostra que mais de 80% dos cientistas da área concordam que há um aquecimento global e que a atividade humana é um dos principais fatores.
É a isso a que me refiro como consenso.
Quando você fala na lista de 32 mil assinaturas você entra em contradição com a sua promessa de passar "referências de lista e mais listas de cientistas DE VERDADE". Essa lista de 32 mil não vale um níquel furado - criada no sistema de petition online e similares (não há nenhuma verificação de autenticidade). Sem falar que não existem 32 mil climatologistas e similares no mundo.
619
http://www.ipcc.ch/pdf/assessment-report/ar4/wg1/ar4-wg1-annexes.pdf
380
http://www.ipcc.ch/pdf/assessment-report/ar4/wg2/ar4-wg2-app.pdf
269
http://www.ipcc.ch/pdf/assessment-report/ar4/wg3/ar4-wg3-annex3.pdf
Nomes em comum nas listas: 25.
619+380+269-25=1.243
Aqui a lista compilada.
http://spreadsheets.google.com/ccc?key=rCvLoIz5MVYbydBeu6G4c8g[]s,
Roberto Takata
A Fox News é bastante popular - tem uma audiência total maior do que *todos* os assinantes da NET. E o Channel 4 tem audiência de cerca de 10% (tipo um SBT ou Record).
[]s,
Roberto Takata
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