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segunda-feira, 27 de julho de 2009

Globo.com desmantela equipe de jornalismo científico

E agora não restou ninguém. Nenhum jornalista especializado em ciências.

Quem apagou a luz foi Reinaldo José Lopes na seção de Ciências do G1.com. Antes dele, Salvador Nogueira havia pegado o banquinho. Antes ainda Marília Juste. (Upideite 28/jul/2009: Felizmente a Juste ainda está no G1. Mas o desmantelamento houve. Ela foi realocada para outra editoria.)

Eles são da safra nova. Anteriormente os medalhões como Marcelo Leite, Maurício Tuffani e Ulisses Capozoli haviam sido botado para escanteio de seções e publicações especializadas. Marcelo Leite saiu da Folha e agora escreve como frila para o mesmo jornal (recebe pela coluna Ciência em Dia), Tuffani foi para a assessoria de imprensa da Unesp. Capozoli meteu a mão no próprio bolso para fazer vingar a Scientific American Brasil.

Claudio Angelo e equipe ainda restam na Folha, para onde se agrega Lopes (parece que só a Folha se salva ainda). Herton Escobar no Estadão.

A trupe continua sendo dizimada. A culpa agora, dizem, é a crise econômica mundial. Verdade que a imprensa propriamente dita, a impressa mesmo, em papel, vem enfrentando uma crise mais antiga de diminuição no número de leitores. Mas o G1.com é uma iniciativa totalmente baseada na web. E do conglô da Grôbo.

Seria a blogocúndia filomática brazuca capaz de mobilizar-se para tentar pressionar as corporações midiáticas a atar essa sangria?

Se criticamos o jornalismo científico praticado no país, certamente não é com o objetivo de fazê-lo desaparecer do mapa, e sim para que sua qualidade melhore. Eliminando pessoal capacitado, a tendência do material jogado nas mãos de pessoal não especializado e iniciante é acabar piorando. E muito. No máximo, vai virar "presrelize" das agências ligadas às revistonas (como o EurekAlert da Science Magazine) ou às grandes universidades americanas.

É possível que, passada a crise (econômica, publicitária, leitoral ou o que seja), o espaço de ciências na mídia tradicional volte a crescer. No entanto, ainda que isso ocorra, não poderá já ter feito um estrago difícil de reparar? Se se perde um talento para uma outra área que garanta mais bem o sustento - Tuffani, p.e., foi para a assessoria de imprensa -, como recuperar essa perda? Quanto tempo até lapidar um substituto? Essa perda é substituível?

2 comentários:

Osame Kinouchi disse...

Acho que o II EWCLiPo será uma oportunidade para discutir isso. Vários jornalistas estarão presentes.

none disse...

Poderiam colocar alguma coisa de Darwin, aproveitando a efeméride do ano Darwin. (Além dos 40 anos da chegada à Lua, 300 anos da demonstração do balão de ar quente por Bartolomeu de Gusmão, dos 400 anos das primeiras observações astronômicas com telescópio: Thomas Harriot e Galileu; 100 anos da descoberta do sistema ABO e do vírus da pólio por Landsteiner...)

[]s,

Roberto Takata

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