Lives de Ciência

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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Divagação científica: divulgando ciências cientificamente - 16

Um dos campos da divulgação científica é o jornalismo científico; e algumas das questões relacionadas ao mapeamento do problema da divulgação científica são sobre os intermediários e os meios: o grau de acurácia, confiabilidade e preparação.

Dois artigos recentes analisam a confiabilidade de jornais em duas áreas: nutrição e meio ambiente.

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Cooper, B.J.E. et al. 2011. The quality of the evidence for dietary advice given in UK national newspapers. Public Understanding of Science 20(3). doi: 10.1177/0963662511401782. Comentado por um dos autores.

Vestergård,G.L. 2011. From journal to headline: the accuracy of climate science news in Danish high quality newspapers. Journal of Science Communication 10(2). Disponível em: http://jcom.sissa.it/archive/10/02/Jcom1002%282011%29A03/
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O primeiro analisou alegações relacionadas à dieta publicadas durante uma semana nos 10 principais jornais do Reino Unido. 111 alegações foram consideradas. Dessas: 69 (62%) foram categorizadas como baseadas em indícios insuficientes, 11(10%) foram considerados como 'possíveis', 13(12%) como 'prováveis' e 17(15%) como 'convicentes' (isto é, com indícios bem estabelecidos).

O segundo estudou reportagens publicadas nos três principais jornais dinamarqueses no período de 1997 a 2009. Foram examinadas 88 notícias e classificadas de acordo com a acurácia em reproduzir elementos de artigos de revistas científicas (Nature e Science) citadas na matéria - de um total de 4.922 notícias publicadas no período mencionando mudanças climáticas. 46(52%) apresentaram algum grau de inexatidão: 16% apresentaram inexatidão fatual (como erro numérico ou de termos científicos), 11% apresentaram confusão de fonte (como considerar uma frase dita por um cientista em um release como sendo uma frase presente no artigo científico), 23% apresentaram omissões ou adições (inclusão de citações ausentes na frase original ou deixar de mencionar limitação de abrangência geográfica, p.e.), 7% exageros (como considerar somente o valor do extremo de uma faixa de incerteza), 2% paráfrases (usos equivocados de reconstruções de frases ou de eufemismos), 10% conclusões errôneas (como considerar uma projeção como um fato provado), 5% confusão generalizada (citação errônea que distorce completamente o fato científico).

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Concurso Cultural GR: "Dois Neurônios e Meio"

"Nunca deixe para o infortúnio aquilo que você tem de fazer com suas próprias mãos", já dizia a dona Lygia Maria Rocha Leão Laporta, que dará nome a uma escola no Rio Grande do Norte, parte do projeto de seu neto, Miguel Nicolelis, em educação científica de crianças e jovens carentes.

Assim, o concurso do GR que terá como prêmio um exemplar autografado pelo autor e com dedicatória do livro "Muito Além do Nosso Eu" não será por simples sorteio, ganha a primeira pessoa que responder corretamente ao questionário abaixo.

O resultado sairá em 04/jul/2011.



sexta-feira, 17 de junho de 2011

Um encontro com um possível nobel

O livro "Muito Além do Nosso Eu" de Miguel Nicolelis [sempre apontado como possível candidato para o Nobel de Fisiologia e Medicina (2008, 2009, 2010), articulador da Comissão do Futuro da Ciência Brasileira, idealizador e diretor científico do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra... é, não perdi o hábito de dar o currículo de personalidades mais do que conhecidas] será oficialmente lançado em 22 de junho agora.



Fui convocado pelo próprio para ler, então vai pro topo da fila de leitura.

Bônus: Entrevista de Nicolelis a Jon Stewart no Daily Show no lançamento do original Beyond Bondaries.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Entrevista com um participante do LNLM 2011 - Samuel Saito

Um dos estudantes brasileiros* selecionados para o LNLM 2011 é Samuel Takashi Saito, farmacêutico pela Universidade Luterana do Brasil e mestre em Ciências Farmacêuticas pela UFRGS.

Abaixo uma entrevista, bem curta (para não atrapalhar os preparativos para a viagem até Lindau), feita por email.


GR.
De que parte do Brasil você é?

SS. Um pouco de mim: Sou farmacêutico, paulista, fiz mestrado em ciências farmacêuticas pelo PPGCF/UFRGS...


GR. Qual curso você está fazendo? Onde?

SS. Atualmente faço doutorado em genética e biologia molecular pelo PPGGBM/UESC (Universidade Estadual de Santa Cruz) Ilhéus-BA


GR. Como foi o processo de indicação para sua participação?

SS. Meu nome foi indicado pela UESC para a MARS, Inc. (uma das empresas que patrocina o evento em Lindau e que está me patrocinando minha viagem também). Primeiro fui selecionado dentro da UESC, depois passei por outra triagem na MARS Brasil para por fim ser indicado no comitê científico da matriz nos EUA para integrar a delegação americana que irá para o evento.
Existe mais algumas informações no site: http://www.uesc.br/noticias/?acao=exibir&cod_noticia=2208 (neste site tem o link da delegação americana (ORAU))


GR. Como está se preparando? Chegou a ler artigos dos laureados?

SS. Claro que não é fácil se preparar para se encontrar com 25 laureados de uma vez, ainda mais quando se tem a oportunidade de se encontrar com laureados de várias épocas (vão estar presentes cientistas que foram laureados próximo a 1980 até outros que recém ganharam o prêmio Nobel (2008, 2009, 2010...); logo, é necessário ler a biografia de cada um, conhecer a linha de pesquisa de cada um e é recomendado ler também seus artigos.


GR. Já está fazendo pesquisa? Sobre o quê?

SS. Estou inserido num grupo de pesquisa em metabolômica e genética funcional. No CBG-UESC (http://www.uesc.br/centros/cbg) tem uma forte linha de pesquisa voltada a recuperação da área cacaueira no estado e prospecção biotecnológica dos recursos da mata atlântica do sul da Bahia.


GR. Quais suas expectativas gerais sobre o evento?

SS. Não há dúvida que esta é uma oportunidade ímpar que me foi concedido até mesmo porque só é permitido a participação apenas uma vez neste evento. Fora o nervosismo e a ansiedade que são normais antes de participar de um evento desta grandeza, espero aproveitar o máximo no que se trata em conhecer outros discentes de outros países, trocar experiências científicas, conhecer outras culturas e outras realidades e também espero ter vários momentos agradáveis e divertidos para que a motivação para jovens pesquisadores seja completa.

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*Algumas fontes dizem que ele será o único participante brasileiro, mas creio ele tenha sido o único brasileiro selecionado pela ORAU. A organização da LNLM informa que são cinco brasileiros.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Um encontro com nobeis*

Desde 1951, na cidade bávara de Lindau, ocorre um encontro com ganhadores do prêmio Nobel - este ano será realizada a 61a. edição do Lindau Nobel Laureate Meetings (LNLM).

Os encontros, idealizados por dois médicos alemães: Gustav Parade e Franz Karl Hein, rapidamente passaram de um congresso médico para um evento em que se colocam frente a frente, em um ambiente descontraído, figurões da ciência e jovens e futuros cientistas, com o objetivo de ampliar a rede científica mundial e propiciar ao sortudo público a oportunidade de entrar em contato com temas fora de sua área de especialidade - ou, resumido no lema do LNLM: "Educar, inspirar e conectar gerações".

A cada ano, uma área científica contemplada pelo Nobel é tema do encontro**, que conta com a participação de centenas de jovens pesquisadores e estudantes de graduação e pós-graduação de todo o mundo.

Em 2011, o tema é Fisiologia e Medicina: entre os dias 26 de junho e o1 de julho, 24 nobelistas darão palestras para uma plateia de 570 pessoas de 80 países, dos quais, 19 estudantes da América Latina, incluindo 5 brasileiros, em um esforço para estreitar os laços com a região.

Infelizmente, eu não estarei in loco, mas imagens do evento serão transmitidas pelo sítio web da Fundação LNLM e os videos também estarão disponíveis pelo sítio da parceria com a Nature.

Vamos ver se consigo emplacar algumas perguntas aos nobelistas por meio da organização do evento. Tentarei também entrevistar alguns participantes latinoamericanos e, claro, os brazucas.

Cena do LNLM 2010. Estudantes com Roger Tsien,
vencedor do Nobel de Química de 2008. Imagem: divulgação.

O evento pode ser bem "quente" também. Lá em Lindau, ano passado, Luc Montagnier, que levou o Nobel em Medicina e Fisiologia de 2008 pelo isolamento e caracterização do HIV, defendeu a famigerada e infame memória da água.

* Esta é a primeira postagem pautada no GR: feita por sugestão de serviço de assessoria de imprensa. Mas só está aqui porque é algo que considero muito interessante. (Não, não é um post pago.)
**Obs: E mais recentemente, é realizado à parte um encontro sobre Economia nos mesmos moldes, mas a cada três anos.

domingo, 12 de junho de 2011

Do plágio à citação: como respeitar o autor - leitor comenta

Roberto Berlinck enviou o email abaixo a respeito da postagem em que aproveito a série sobre plágio publicado por ele no Quiprona para falar da questão dos direitos morais do autor.

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Oi Takata,

Tudo bom?

Não estou conseguindo postar um comentário no GR sobre o teu texto sobre
plágio. Não sei porque. Não sei se o meu navegador está com algo errado...
Enfim, a janela de comentários não está abrindo. Assim, te envio o
comentário diretamente para que você o insira lá, por favor.

Caro Takata,

A relação do texto de sua postagem com o meu é intrínseco, pois não existe
plágio se não houver plagiador e plagiado. O problema é que o plagiado
deve ser reconhecido como autor. E, como discutido no texto, a noção de
autoria é uma noção que se estabeleceu em um momento bem definido da
história cultural da humanidade, essencialmente após o Renascimento. E a
noção de autor, de acordo (principalmente) com Pennycook (1996), citado
várias vezes (o artigo dele é excelente e pode ser encontrado para ser
baixado de graça na internet - basta procurar no google acadêmico), pode
ser muito questionada.

Por exemplo, ao se encontrar o seguinte texto na internet:

"Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil em 22 de abril de 1500, tendo
chamado a terra em que aportou de "Ilha de Vera Cruz". Os primeiros
acontecimentos ocorridos naquela ocasião poram documentados por Pero Vaz
de Caminha, em carta que foi enviada para o rei de Portugal. Na sua carta,
Caminha descreve a beleza da natureza brasileira, dizendo que é uma terra
que "em se plantando, tudo cresce".

seria possível se copiar e dizer que foi plagiado? Note que algo bem
parecido pode ser encontrado no seguinte endereço, o qual não tem autor:

http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/descobrimento_resumo.htm

E provavelmente textos muito parecidos poderão ser encontrados em diversos
endereços da net. Quem plagiou quem?

Logo, a noção de plágio está também diretamente relacionada ao que se
plagia. Dependendo do conteúdo plagiado, a autoria simplesmente se torna
inexistente. E então?

Além disso, Pennycook assinala que a noção de autoria traz consigo um
conceito de autoridade, de possessividade e de exclusividade, que
atualmente podem estar perdendo muito de sua força.

Obviamente que tudo depende do conteúdo que é plagiado. Eu mesmo já fui
plagiado mais de uma vez, e não é NADA agradável.

O meu artigo não discute a questão do plágio do ponto de vista do plagiado
pelo fato desta noção estar muito bem estabelecida. Porém, do ponto de
vista de quem plagia a história muda completamente, como bem discutido no
artigo, que mostra como é importante saber citar referências
bibliográficas, utilizar paráfrases, mencionar literalmente trechos de
textos, etc.

abraço,
Roberto
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Se alguém mais estiver com dificuldades de escrever no sistema de comentários do GR, pode usar este formulário aqui.

sábado, 11 de junho de 2011

Do plágio à citação: como respeitar o autor

Roberto Berlinck, no Quiprona, acabou de postar uma excelente série em 5 partes a respeito do plágio acadêmico.


A complementação que faço aqui é a necessidade de se examinar a questão também sob a perspectiva do plagiado - não apenas do plagiador (o que o leva a cometer plágio?), da instituição a que ele se filia (quais os danos causados à instituição?), do sistema (como o plágio afeta o processo de produção do conhecimento acadêmico e científico?) e da sociedade (o que a sociedade ganha e perde com os plágios?).

Sem entrar no tema específico de direitos de cópia, há a questão dos direitos morais do autor. Produzir uma obra original - ainda mais com boa estilística - não é uma tarefa fácil: aliás, um dos motivos do plágio é exatamente a dificuldade de se produzir obras com tal(is) qualidade(s) - de modo chistoso é dito que "o plágio é a forma mais sincera de elogio".

Com as facilidades tecnológicas, a tentação do CTRL+C, CTRL+V tende a crescer. Berlinck cita o blogue Não Gosto de Plágio na área literária, podemos lembrar também do sítio Churnalism que permite se pesquisar trechos de notícias de jornais e compará-los com releases de empresas.

A cópia de informes à imprensa tende a ser um problema menos grave (sob o ponto de vista dos prejuízos ao autor) - revela mais a preguiça do plagiador -, o autor do original até se beneficia da cópia literal por parte dos órgãos de imprensa. Mas quando se copia o texto de um autor sem citar a fonte, em geral, isso prejudica o autor original: está a se apropriar de um esforço alheio, os leitores (ou espectadores ou ouvintes) da cópia não poderão reconhecer os méritos de quem realmente produziu o texto (ou parte dele).

É fácil ver como, digamos, um gerente que apresente como sua uma ideia dada por um seu subordinado e ganhe promoção da diretoria está a ser desonesto e a prejudicar o verdadeiro autor da ideia. No mais das vezes, o caso do plágio não é tão dramático - não se está a pegar a ideia de um subordinado ou de um colega e com isso fazendo com que estes deixem de ser promovidos, o autor original pode estar até mesmo morto há muito tempo. Mas a ideia básica de que estará recebendo méritos por algo pelo qual não tem mérito algum, ao mesmo tempo em que quem realmente merece reconhecimento deixa de recebê-lo, permanece.

O plágio é, assim, um roubo; é, mais do que um elogio, um insulto ao autor original.

Além disso, os direitos morais do autor, ao contrário dos direitos autorais (ou de cópia), não expiram jamais. Mesmo uma obra em domínio público tem tutelado, sob o Estado (no caso do Brasil), os direitos morais: ninguém pode assumir para si a autoria de uma obra em domínio público, pode apenas copiá-la, editá-la e distribuí-la livremente. Uma obra de Aristóteles é uma obra de Aristóteles, qualquer um que venha a usá-la na totalidade ou em trechos deve reconhecer e fazer reconhecer que a obra (ou trecho) é de Aristóteles. (LDA 9610/1998, art. 24, parág. 2o.)

O modo de corretamente atribuir a autoria e fazer uso do trecho é por meio da citação. Se não se tratar de reconstruções, mas reproduções literais, então é preciso que estas venham entre aspas. Com a correta citação temos o melhor de dois mundos: a) podemos usar o trecho de obra alheia, b) não ferimos os direitos de ninguém. Se deixamos de parecer tão espertos por não sermos nós o autor do trecho reproduzido, isso é mais do que compensado por: c) livrarmo-nos de qualquer perigo de acusação de plágio e toda a vergonha que isso implica, d) ganharmos reconhecimento ao agir de modo honesto.

Fazendo ainda uma outra paráfrase ao clérigo inglês Charles Caleb Colton: "a citação é a forma mais honesta de elogio" (ok, não apenas de elogios, já que podemos citar frases e trechos para traçar uma crítica e contra-argumentação, o que faz da citação um instrumento ainda mais versátil do que o plágio: plagiar para criticar o trecho plagiado, se não impossível, é algo mais complicado).

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Quem matou o Robin? - Do precipitado anúncio do fim das teorias científicas

Todo mundo sabe que foi o Coringa quem matou o Robin Jason Todd durante o arco "Uma morte em família" nos anos de 1980. Ou não? Bem, em meados da primeira década do novo milênio, ele retornou como o vilão Capuz Vermelho. Mais um caso dos twists quadrinísticos de volta do mundo dos mortos - mas não é uma praga (ou seria uma bênção) que assola apenas os gibis: Sherlock Holmes foi morto uma vez, apenas para ser posteriormente ressuscitado (ou, melhor, não chegou a morrer de fato, escapou da morte na queda de Reichenbach graças à técnica do baritsu), volta e meia anunciam a morte dos livros, dos blogues, da história, do mundo... Uma hora devem acertar.

Um desses sobreviventes marktwainianos são as teorias científicas. Há três anos a Wired embarcava na onda de um dos executivos do Google e anunciava: "O fim da teoria: dilúvio de dados torna o método científico obsoleto".

O processo estatístico do Google de coleta de dados disponíveis na internet (e fora dele) prescindiria de um modelo teórico na análise dos dados: "Na escala de petabytes, a informação não é uma simples questão de taxonomia e ordem tri ou quadridimensional, mas de estatística dimensionalmente agnóstica. Ela clama por uma abordagem totalmente diferente, uma que requer que deixemos de manipular dados como se pudessem ser visualizados em sua totalidade. Ela nos força a ver primeiro os dados matematicamente e estabelecer o contexto depois. Por exemplo, o Google conquistou o mundo dos anúncios com nada mais do que matemática aplicada. Ele não pretende saber nada sobre a cultura e as convenções da publicidade — assume apenas que melhores dados, com melhores ferramentas analíticas, podem fazer o dia. E o Google estava certo."

Avancemos três anos no tempo para os dias atuais. Fevereiro de 2011: "Google muda algoritmo e ajusta buscas para combater fazendas de conteúdo". O Google estava errado.

A semântica importa, o modelo importa. E a Wired não estava certa sobre o algoritmo do Google ser neutro em relação a modelos: assumir que apenas a quantidade de links para uma página dita a qualidade dessa página *é* um modelo de relevância de conteúdo (e é um modelo testável - o fato de o Google ter que mudar o algoritmo para remover os resultados ruins significa que o modelo foi refutado). As ferramentas analíticas do Google importam toda a teoria estatística em seu uso - p.e. assumem que média aritmética (de links, de cliques, de interocorrência de palavras, etc.) é uma boa medida de tendência central.

Diferentemente de Jason Todd, o processo científico de teorização não chegou a ser morto; diferentemente de Holmes, não chegou nem a cair no precipício. É mais o caso de Mark Twain, um anúncio exagerado de sua morte. (Mas perguntem se o editor da Wired e o executivo do Google estão mortos de vergonha.)

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