Lives de Ciência

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domingo, 28 de agosto de 2016

Os baPho-s da fosfoetanolamina sintética 5

Mais uma batelada de relatórios de testes com a fosfoetanolamina sintética (Pho-S). O Centro de Inovação e Ensaios Pré-Clínicos - CIEnP - de Santa Catarina fez estudos de toxicidade de doses diárias da Pho-S em ratos e também estudos de farmacocinética também em ratos.

Toxicidade
Dose única. Não se observou nenhum efeito tóxico na dose máxima testada: 5.000 mg/kg por via oral (n = 3 machos/3 fêmeas de ratos Sprague Dawley por dose testada).
7 dias. A dose testada foi de 1.000 mg/kg-dia. Não se observou nenhum efeito tóxico. (n = 5 machos/5 fêmeas de ratos Sprague Dawley.)
28 dias. Foram testados doses de 100 mg/kg-dia; 500 mg/kg-dia e 1.000 mg/kg-dia. (n = 8 machos/8 fêmeas de ratos Sprague Dawley.)

Nas doses de 500 e 1.000 mg/kg-dia foram observadas alterações hematológicas nos animais abatidos imediatamente após a interrupção do tratamento (animais principais): redução de hemácias, hemoglobina e hematócrito, e também houve alterações nos níveis de cálcio, fósforo, creatinina e bilirrubina total. Não se observaram alterações histopatológicas nem no tamanho dos órgãos. Nos animais que foram abatidos 14 dias após a interrupção dos tratamentos (animais de recuperação), não se observaram alterações.

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A monoetanolamina (ou simplesmente etanolamina, MEA) compõe a mistura que é a Pho-S na proporção de 18,2% a 37,5%. A DL50 oral em ratos varia de 732,24 mg/kg a 1.830,6 mg/kg. A dose de 1.000 mg de Pho-S deve ter algo entre 182 a 375 mg, enquanto a de 5.000 mg, entre 910 e 1.875 mg. O NOEL (nível sem observação de efeitos) é de 120 mg/kg-dia.

A não observação de letalidade nos indivíduos estudados, bem como outros efeitos graves, pode se dever a flutuação estatística pelo tamanho amostral relativamente baixo para cada dose ou a interações da MEA com outros compostos presentes na mistura.

Por exemplo, a etanolamina hidroclórica (EA HCl) não apresenta toxicidade a doses de 1.000 mg/kg-dia durante cerca de 100 dias. O NOAEL (nível sem observação de efeitos adversos) é de 300 mg/kg-dia

Farmacocinética
Pho-S foi aplicada em ratos intravenosamente (20 mg/kg) e também oralmente (1.000 mg/kg). Fosfoetanolamina pura (da Sigma Aldrich, PEA-SA) foi administrada na dose de 320 mg/kg também intravenosamente e oralmente. Por meio de técnica de cromatografia líquida e espectrometria de massa quantificaram a concentração de fosfoetanolamina de amostra de sangue retirada a certos intervalos. (Fig. 1.)

Figura 1. Farmacocinética de fosfoetanolamina em ratos. Painel superior: administração oral; painel inferior: administração intravenosa. Linha azul: fosfoetanolamina da Sigma Aldrich a 320 mg/kg; linha laranja: Pho-S a 1.000 mg/kg. Fonte: Schwanke et al. 2016.

Apenas 7% da fosfoetanolamina administrada oralmente são recuperados do plasma sanguíneo. A curva para a Pho-S fica ligeiramente abaixo da curva para a PEA-SA. Isso é uma outra confirmação de que a Pho-S é uma mistura com menos de 50% de PEA, já que a dose é três vezes maior do que a da PEA-SA. Considerando-se uma proporção de 32% de PEA na mistura que é a Pho-S, a biodisponibilidade da fosfoetanolamina na administração oral foi de 6,3%, similar aos 7% da PEA-SA.

Os autores ainda destacam:
"Outro aspecto que merece ser destacado neste estudo foi o tempo para atingir a concentração máxima (Lmáx) entre as duas amostras de Fosfoetanolamina avaliadas. Enquanto o tratamento pela via oral em roedores com a Fosfoetanolamina sintetizada pela USP - São Carlos variou entre cada animal (5 a 360 minutos) (tabela 0), o tmáx aproximado para a Fosfoetanolamina da Sigma variou entre 5 e 120 minutos (tabela 6). Uma possível explicação pela grande variabilidade na absorção da Fosfoetanolamina sintetizada pela USP-São Carlos poderia estar relacionada com a presença de outras susbtâncias na mesma, conforme demonstrado no relatório apresentado pelo grupo do prof. Dr. Luiz Carlos Dias (UNICAMP-SP)."

domingo, 21 de agosto de 2016

Bibbidi-Bobbidi-Boo: vaias como varinhas de condão?

As vaias dirigidas pelo público ao atleta francês do salto com vara, Renaud Lavillenie, - tanto durante a prova, quanto na cerimônia de entrega de medalhas - repercutiram tanto nacional quanto internacionalmente. Certamente há considerações éticas que podem ser tecidas - embora a situação tenda a ser um tanto mais complexa do que o quadro traçado em algumas análises (especialmente as que operam em quadros de heróis e vilões bem definidos) -, mas não é o objetivo desta postagem.

As vaias são um elemento bastante comum e destacado no cenário esportivo. Torcedores, especialmente em modalidades de equipes e as disputadas um contra um, valem-se de aplausos, gritos e sonorizações de desaprovação.Curiosamente, a despeito de sua frequência e relevo, parece haver poucos estudos a analisar mais especificamente os efeitos dessas manifestações vocais negativas da plateia sobre o desempenho desportivo.

O único específico sobre a vaia que encontrei no Google Scholar foi Greer 1983 (pode haver mais e seja apenas falha minha em achar estudos sobre os efeitos da vaia nos atletas). Ele analisou alguns parâmetros de equipes de basquete - times da casa e times visitantes - logo após episódios de vaia (geralmente contra marcações da arbitragem). O time visitante tende a ter um aumento significativo da taxa de faltas nos 5 minutos seguintes aos apupos. Outros parâmetros considerados não apresentaram alterações significativas, embora a tendência tenha sido sempre de melhor desempenho da equipe da casa e um pior da visitante.

Clayman 1993 analisou a vaia em outro contexto: em reação a discursos. Como manifestação coletiva, a varia difere do aplauso em seus padrões de manifestação. O aplauso tende a surgir logo após trechos proeminentes do discurso e, de início, com os manifestantes atuando de modo independente. Já a vaia tende a ocorrer após um intervalo em que os membros avaliam a reação dos demais (verificando sinais de desaprovação - como balançar de cabeças, expressões.faciais de contrariedade, murmúrios...).

Nevill et al. 2002 estudaram não especificamente a vaia, mas o barulho das torcidas de futebol (o que inclui cânticos, xingamentos, gritos) sobre a decisão dos árbitros. A conclusão é que torcida barulhenta faz com que os juízes se tornem caseiros. Myers 2014 chega à mesma conclusão - e de modo generalizado para todos os esportes - em sua revisão sobre a influência do barulho da torcida na decisão dos árbitros esportivos. Thirer & Rampsey 1979 observaram o desempenho de equipes universitárias de basquete após manifestações negativas da torcida e obtiveram um resultado oposto ao que seria obtido por Greer 1983 para as vaias: após os episódios de comportamentos antissociais, o time da casa apresentou um número maior de faltas, enquanto o time visitante não apresentou alteração.

Epting et al. 2011 examinaram os incentivos e as zombarias da torcida sobre a performance individual de atletas. O efeito parece variar de esporte para esporte. Jogadores universitários de basquete não têm o desempenho nos lances livres afetado seja pela torcida contra seja pela torcida contra; jogadores de beisebol são afetados negativas em seus lançamentos por zombarias da torcida; já jogadores de golfe tendem a errar suas tacadas tanto por manifestações de apoio quanto por troças.

Lavillenie pode ter, assim, razão em sua reclamação de que as varias afetaram seu desempenho, mas barulhos - incluindo varias (e até para o time da casa) - estiveram e estão presentes em várias outras modalidades. Por outro lado, há variação nos ethos admitidos em cada esporte: no tênis espera-se silêncio da torcida entre o saque e a definição do ponto; no golfe, o silêncio absoluto durante preparação e execução da tacada... No futebol, o barulho é esperado o tempo todo - a menos do minuto de silêncio antes do início de algumas partidas, ou o silêncio sepulcral diante uma derrota inesperada e sentida do time da casa; basquete, beisebol, andebol, futsal, vôlei e outros são também jogados diante de torcidas barulhentas o tempo todo. Mas em nenhuma dessas há um regulamento (mesmo que não escrito) de que apenas sons de incentivo possam ser emitidos. Haveria que se fazer exceção ao atletismo? Bem, mas isso dificilmente pode ser respondido por números, quantificações de desempenho e análises estatísticas.

sábado, 13 de agosto de 2016

O que exatamente esverdeou a água da piscina no Maria Lenk?

Não sendo dia de São Patrício em Chicago, a água tornar-se verde de uma hora para outra não costuma ser uma boa notícia. Em uma edição olimpica, então...

O comitê organizador chegou a falar no mesmo dia 09.ago.2016, em que se deu a mudança de cor e turbidez da água da piscina de saltos ornamentais no complexo Maria Lenk no Rio de Janeiro, que os atletas não corriam riscos de saúde. Mas é difícil de se imaginar um conjunto de testes que, em poucas horas, permitam analisar a potabilidade/balneabilidade/inocuidade da água: testes para a presença de micro-organismos levam pelo menos um dia para incubação. Aparentemente, tudo o que verificaram foi o pH; o que não permite, por si, determinar a segurança: há bem mais riscos numa água de banho do que simplesmente sua acidez ou basicidade.

Quatro dias depois do início do incidente, o comitê organizador revela que foram despejados 80 litros de peróxido de hidrogênio: H2O2, na piscina previamente clorada. Tanto o peróxido quanto o cloro são utilizados para o tratamento de piscinas para evitar a proliferação de micro-organismos, especialmente bactérias e algas. Mas não devem ser usados em conjunto: o peróxido de hidrogênio, na verdade, é usado para desclorar a água (p.e. para permitir o despejo em rios e lagos).

Normalmente, a água de piscina é clorada com hipoclorito de cálcio: Ca(ClO)2 - em formulação com 60 a 80% do composto. O hipoclorito de cálcio reage com a água formando ácido hipoclórico: HOCl, e hidróxido de cálcio: Ca(OH)2. O HOCl se dissocia em próton: H+ e íon hipoclorito: OCl- (enquando o hidróxido de cálcio se dissocia em íons cálcio: Ca+2 e hidroxilas: OH-). Costuma-se usar em quantidades que correspondem a uma concentração final de 5 a 10 ppm (mg/l) de equivalente de cloro livre: OCl-, ou 0,14 a 0,28 0,1 a 0,19 mmol/l.

O peróxido reage com o íon hipoclorito, formando gás oxigênio: O2 e íons Cl-, que podem reagir com moléculas de HOCl e prótons para formar gás cloro: Cl2. Os 80 litros de H2O2 diluídos em 3.725.000 de litros da piscina equivalem a uma concentração final de 0,18 a 0,55 mmol/l (a depender da concentração no produto usado), o suficiente para reagir com praticamente todo o íon hipoclorito da água, desclorando-a por completo.

Sem peróxido e sem cloro, então, a alga pôde proliferar, certo? Bem... Certamente não havia os principais inibidores. Mas, a despeito da fotossíntese precisar apenas de luz e CO2, para o florescimento de algas é preciso a presença de íons fosfato e fontes de nitrogênio, p.e. Ou seja, era preciso que a água da piscina tivesse fontes de matéria orgânica. Sim, nadadores são fontes de matéria orgânica com seus suores, restos de células que descamam da pele, pelos que caem, saliva e até urina. O vento poderia trazer também uma carga de poeira rica em fosfato e nitrogênio, pássaros poderiam contribuir com suas fezes. Mas... qualquer pessoa que tenha - um tanto irresponsavelmente, diante das epidemias de dengue e outras arboviroses - deixado um vidro transparente com água terá notado que leva vários dias ou semanas (ou até mais tempo) até que comecem a aparecer algas; mesmo em aquários, quando desligamos o filtro, leva alguns dias para a parede começar a esverdear. Se a mudança de cor deve-se somente à proliferação de algas, bem, havia *muita* matéria orgânica na água da piscina. Em uma estimativa no olhômetro bem grosseira, a turbidez da água parece algo na casa dos 20 NTU - o que, em termos de bioturbidez causada por floração de algas/cianobactérias, corresponde a uns 36 µg/l de clorofila, ou a cera de 3 a 4 mg/l de massa seca de alga/cianobactéria, considerando cerca de 11 mg de clorofila por grama de massa seca de cianobactéria - ou 10 a 15 kg de matéria orgânica na piscina toda: entre 900g e 1,5 kg de nitrato e 90 a 250 g de fosfatos - considerando a relação entre crescimento e captura de nitratos e fosfatos em cianobactérias. O que significa, no mínimo, um processo de filtragem muito pouco eficiente - ou uma fonte de contaminação mais intensa da água (vazamento de esgoto talvez?).

Íon cloreto produzido na reação com o peróxido (ou mesmo pela própria cloração) pode reagir com amônia presente, formando monocloramina: NH2CI, dicloramina: NHCI2, ou a tricloramina NCI3. A monocloramina é um gás incolor a temperatura e pressão ambientes, dicloramina é um gás amarelo, a tricloramina é um líquido oleoso amarelo e também irritante de mucosas (vários atletas reclamaram de ardência nos olhos) e é o responsável pelo "cheiro de piscina". As cloraminas em concentrações acima de 5 mg/l (em torno de 0,1 mmol/l) tornam a água amarelo-esverdeada. Mas, de novo, seria preciso uma fonte de matéria orgânica a fornecer amônia ou uréia. Naquela piscina, seria preciso uma concentração de 1.500 a 5.000 litros de xixi para fornecer essa quantidade de amônia para a reação química de formação de cloraminas amarelar ou esverdear a água. O que, de novo, aponta, no mínimo, para uma filtragem altamente deficiente.

Então, embora o despejo não planejado de peróxido de hidrogênio seja uma falha, não parece ser um fator suficiente para explicar a situação. Seja a mudança de cor devido à proliferação de algas ou cianobactérias ou à reação de formação de cloraminas.

Confira o que outros canais de DC falaram sobre o caso (atualizo à medida em que souber de mais):
Dragões de Garagem: O estranho caso da piscina olímpica verde.

domingo, 7 de agosto de 2016

Especulando: revisitando o efeito Dunning-Kruger

Em 1999, os pesquisadores Justin Kruger e David Dunning, da Universidade de Cornell, publicaram um trabalho seminal (com 2.872 citações até o momento em que escrevo este texto, segundo o Google Scholar) em que descrevem o fenômeno em que pessoas que se saem pior em um teste tendem a superestimar seu desempenho - enquanto os com melhores resultados tendem a subestimar (Fig. 1). Essa relação passou a ser conhecida como efeito Dunning-Kruger.

Figura 1. Efeito Dunning-Kruger. Quanto pior o desempenho real (linha tracejada), maior a superestimativa da própria habilidade (linha contínua). Fonte: Kruger & Dunning 1999.


Para os autores do achado, o efeito seria dado em boa parte por um déficit metacognitivo (isto é, habilidades mentais de perceber o próprio grau de conhecimento): quando uma pessoa não tem conhecimento suficiente sobre um tema, também não tem as ferramentas mentais para avaliar o grau de conhecimento nesse tema. (Também formulado como "ignorância a respeito da própria ignorância".)

Mas (devo salientar que psicologia *não* é minha área de formação), para mim, esse mecanismo deveria levar também - e principalmente - a uma maior *variação* da própria percepção do desempenho: a falta de ferramentas cognitivas faria com que errassem o resultado tanto para mais quanto para menos. Em uma analogia, uma pessoa com pouca habilidade em tiro ao alvo, após uma série de tiros, acertaria vários pontos espalhados em torno da mosca.

Por outro lado, a diferença entre os valores de autoavaliação dos grupos com melhor e pior desempenho é menor do que a diferença entre os desempenhos reais. E, como dito, os com melhor desempenho tendem a subestimar seu próprio resultado. Pode ser que um mecanismo que faça com que as pessoas tendam a se equiparar à média esteja agindo.

Infelizmente, no artigo original, K&D não apresentam dados de dispersão dos valores em torno dos pontos, apenas valores de medida de tendência central. (Vários outros estudos, e não apenas do grupo de Krueger e Dunning, também deixam de reportar medidas de dispersão.)

Mas Pazicni & Bauer (2014) reproduziram o estudo de K&D com estudantes de química em 9 turmas (Fig 2). A distribuição das médias de desempenho percebido parece bem homogênea entre os estudos para os diferentes quartis de desempenho real.

Figura 2. Efeito Dunning-Kruger em 9 turmas de Introdução à Química. Linhas coloridas: previsões de desempenho; linha preta: desempenho real. Fonte: Pazcini & Bauer 2014.

Essa variação homogênea das médias das estimativas para diferentes quartis de desempenho não é muito compatível com um efeito predominante da falha metacognitiva.

Vale notar também que o efeito pode variar de acordo com a área do conhecimento (Fig. 3). O que indica que não seria um mecanismo geral de metacognição.

Figura 3. Variação do efeito Dunning-Kruger de acordo com as disciplinas. Linhas coloridas: previsões; linha preta tracejada: desempenho real. Fonte: Erickson & Heit 2015.



Reproduções independentes (residentes de medicina Hodges et al. 2001, estudantes de aviação Pavel et al.2012) parecem indicar que o efeito é real. Mas há divergência em relação ao mecanismo gerador do padrão. P.e. Krueger & Mueller (2002) acham que o efeito pode resultar de um artefato estatístico; para Krajc & Ortmann (2007), há uma diferença no nível de dificuldade de inferência, sendo mais difícil para os de menor desempenho; Simons (2013) considera que o efeito DK ou "incompetente e inconsciente" ("unskilled and unaware") é em função de um otimismo irracional por parte dos menos habilitados; segundo Kim et al. (2015), os menos capazes ativamente rejeitam essa condição por autopreservação da imagem.

*Um estudo de Jansen et al. (2021) com cerca de 3.500 participantes respondendo a testes de gramática e de lógica indica que o efeito parece se dever mesmo a fatores de metacognição. A distribuição dos valores e a dispersão das previsões em relação a níveis de desempenho é mais compatível com a discrepância das previsões dependerem da capacidade medida dos respondentes.

Figura 5. Variação da estimativa pelo desempenho real em teste de gramática (painéis superiores) e lógica (painéis inferiores), por pontuação real (painéis a) e por quartis (painéis b).

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Agradeço a @EliVieira pela ajuda na bibliografia.

*Upideite(02/05/2022): adido a esta data. HT Carlos Orsi via twitter.

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