Toxicidade
Dose única. Não se observou nenhum efeito tóxico na dose máxima testada: 5.000 mg/kg por via oral (n = 3 machos/3 fêmeas de ratos Sprague Dawley por dose testada).
7 dias. A dose testada foi de 1.000 mg/kg-dia. Não se observou nenhum efeito tóxico. (n = 5 machos/5 fêmeas de ratos Sprague Dawley.)
28 dias. Foram testados doses de 100 mg/kg-dia; 500 mg/kg-dia e 1.000 mg/kg-dia. (n = 8 machos/8 fêmeas de ratos Sprague Dawley.)
Nas doses de 500 e 1.000 mg/kg-dia foram observadas alterações hematológicas nos animais abatidos imediatamente após a interrupção do tratamento (animais principais): redução de hemácias, hemoglobina e hematócrito, e também houve alterações nos níveis de cálcio, fósforo, creatinina e bilirrubina total. Não se observaram alterações histopatológicas nem no tamanho dos órgãos. Nos animais que foram abatidos 14 dias após a interrupção dos tratamentos (animais de recuperação), não se observaram alterações.
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A monoetanolamina (ou simplesmente etanolamina, MEA) compõe a mistura que é a Pho-S na proporção de 18,2% a 37,5%. A DL50 oral em ratos varia de 732,24 mg/kg a 1.830,6 mg/kg. A dose de 1.000 mg de Pho-S deve ter algo entre 182 a 375 mg, enquanto a de 5.000 mg, entre 910 e 1.875 mg. O NOEL (nível sem observação de efeitos) é de 120 mg/kg-dia.
A não observação de letalidade nos indivíduos estudados, bem como outros efeitos graves, pode se dever a flutuação estatística pelo tamanho amostral relativamente baixo para cada dose ou a interações da MEA com outros compostos presentes na mistura.
Por exemplo, a etanolamina hidroclórica (EA HCl) não apresenta toxicidade a doses de 1.000 mg/kg-dia durante cerca de 100 dias. O NOAEL (nível sem observação de efeitos adversos) é de 300 mg/kg-dia
Farmacocinética
Pho-S foi aplicada em ratos intravenosamente (20 mg/kg) e também oralmente (1.000 mg/kg). Fosfoetanolamina pura (da Sigma Aldrich, PEA-SA) foi administrada na dose de 320 mg/kg também intravenosamente e oralmente. Por meio de técnica de cromatografia líquida e espectrometria de massa quantificaram a concentração de fosfoetanolamina de amostra de sangue retirada a certos intervalos. (Fig. 1.)
Figura 1. Farmacocinética de fosfoetanolamina em ratos. Painel superior: administração oral; painel inferior: administração intravenosa. Linha azul: fosfoetanolamina da Sigma Aldrich a 320 mg/kg; linha laranja: Pho-S a 1.000 mg/kg. Fonte: Schwanke et al. 2016.
Apenas 7% da fosfoetanolamina administrada oralmente são recuperados do plasma sanguíneo. A curva para a Pho-S fica ligeiramente abaixo da curva para a PEA-SA. Isso é uma outra confirmação de que a Pho-S é uma mistura com menos de 50% de PEA, já que a dose é três vezes maior do que a da PEA-SA. Considerando-se uma proporção de 32% de PEA na mistura que é a Pho-S, a biodisponibilidade da fosfoetanolamina na administração oral foi de 6,3%, similar aos 7% da PEA-SA.
Os autores ainda destacam:
"Outro aspecto que merece ser destacado neste estudo foi o tempo para atingir a concentração máxima (Lmáx) entre as duas amostras de Fosfoetanolamina avaliadas. Enquanto o tratamento pela via oral em roedores com a Fosfoetanolamina sintetizada pela USP - São Carlos variou entre cada animal (5 a 360 minutos) (tabela 0), o tmáx aproximado para a Fosfoetanolamina da Sigma variou entre 5 e 120 minutos (tabela 6). Uma possível explicação pela grande variabilidade na absorção da Fosfoetanolamina sintetizada pela USP-São Carlos poderia estar relacionada com a presença de outras susbtâncias na mesma, conforme demonstrado no relatório apresentado pelo grupo do prof. Dr. Luiz Carlos Dias (UNICAMP-SP)."
2 comentários:
Caro Takata,
O que se depreende de todos os resultados revelados até agora é que: a fosfoetanolamina sintética não cura e também não é tóxica. É uma substância inócua. É difícil de acreditar que qualquer químico bem formado, sem necessariamente ter o título de mestre ou doutor, avalie a estrutura química da fosfoetanolamina sintética e chegue a conclusão que esta não deve ser bioativa. Isso porque a fosfoetanolamina toma parte na formação de lipídios essenciais às funções celulares.
Tenho sérias dúvidas se teria sido necessário se investir tanto dinheiro e energia para se comprovar estes resultados. No meu ver, teria sido melhor chamar um trio de excelentes especialistas estrangeiros para se avaliar a veracidade e efetividade dos resultados reportados na literatura e pela mídia como resultantes da pesquisa realizada pelo grupo do Prof. Chierice.
Outro fato não divulgado pela mídia é uma dissertação de mestrado orientada pelo mesmo Professor Gilberto Chierice, em que o candidato afirma ter transformado platina em ouro. Ou seja, o trabalho é um retorno à Alquimia da Idade Média. Veja: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/75/75135/tde-29012014-090745/pt-br.php
Salve, Anônimo,
Obrigado pela visita e comentários.
Também tendo a achar que não se deveria investir tanto dinheiro pra essa pesquisa com a Pho-S; mas, frente à comoção popular que se formou, não sei se essa sua sugestão teria sido suficiente pra amainar os ânimos.
(Em relação a essa tese, não tenho muito conhecimento para opinar. Sei que é bastante controversa a ideia de reações nucleares de baixa energia. Mas tem alguns estudos aparentemente sérios a respeito: p.e. http://iopscience.iop.org/article/10.1088/1742-6596/615/1/012016/meta)
[]s,
Roberto Takata
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