Karl do Ecce Medicus fez a observação abaixo nos comentários da postagem anterior.
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Takata,
Desculpe insistir mais um pouco sobre isso, mas acho que é importante, porque além de o conceito de "resistência" não se aplicar aos antissépticos em geral e ao triclosan, em particular, a "insuscetibilidade"(que seria o termo correto) de linhagens (cepas) bacterianas *não* está demonstrada.
O artigo que vc cita é de 1998 e, como disse, de lá pra cá, poucas publicações foram feitas sobre o assunto. Parece que deu uma esfriada. Até aí, tudo bem, tem coisas assim mesmo. Mas, quem mais insiste na "resistência" ao triclosan é o Stuart Levy como escrevi nos comentários do post no EM. Entretanto, o Russell no artigo que citei, mais recente, critica a metodologia utilizada por ele para caracterizar isso. O MIC (concentração inibitória mínima, para inibir o crescimento da bactéria in vitro) é um parâmetro muito utilizado na clínica para avaliar resistência aos antibióticos não se adapta aos antissépticos devido a uma questão dos biofilmes (ver Russell).
Além disso, a conclusão do artigo é que "the deletion of AcrAB multidrug
efflux pump increases the susceptibility of E.coli strains to triclosan, both at the level of growth inhibition and of lysis".
Aumentar a suscetibilidade de biofilmes in vitro *não significa* que as cepas ficaram "resistentes" ou insuscetíveis. O artigo utiliza nomenclatura confusa e ultrapassada. Estamos aguardando uma confirmação cabal de que a "insuscetibilidade" ao triclosan realmente se manifeste. Só quando isso ocorrer, poderemos avaliar sua significância clínica. Por enquanto, nada a fazer.
Obrigado e desculpe pelo longo comentário.
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Minha resposta aqui.
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Vilões da resistência: antibióticos e antissépticos: leitor comenta
Marcadores:
antibióticos,
antissépticos
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