Figura 1. Evolução do índice Gini no Brasil comparativamente a Canadá, EUA e México. Fonte: Ipea 2008.
Outros parâmetros podem ser usados como: acesso ao saneamento básico, educação, emprego, etc. E uma análise em nível mundial também pode ser considerada, p.e., comparando-se os IDHs dos países - notamos um número muito grande de pessoas vivendo em países com más condições de vida.
Temos então uma situação bastante clara de desigualdade social. Há pessoas muito necessitadas - seja no Brasil, seja no mundo. Invocando então a grande premissa, não deveríamos fazer de tudo para ajudá-las?
Pela premissa é nosso dever ajudá-las e dar a elas prioridade. Mas isso significa fazer de tudo? Se exagerarmos poderemos imaginar a situação em que a morte deliberada de uma criança poderia ser justificada para salvar a todos - digamos, o sangue da criança possui um raro composto não sintetizável que ajudaria a curar a doença de todas as pessoas, porém teríamos que lhe drenar todo o sangue para produzir a panaceia em quantidade suficiente. Alguns até concordariam com o sacrifício em nome de um bem maior, mas a maior parte das pessoas certamente se recusaria - novamente não precisamos aqui fazer um simples exercício de imaginação para concluir o que a maioria pensaria, experimentos psicológicos com situações de tróleis desgovernados revelam essa tendência (ok, ao menos entre os americanos e entre os visitantes do website da Greene Moral Cognition Laboratory com seu teste de senso moral).
Nesse sentido é relativamente fácil justificar certas áreas científicas como as que envolvem o desenvolvimento de novos medicamentos, novos tratamentos, combate a pragas, cultivares mais produtivos, técnicas mais eficientes de produção e assim por diante. Seus produtos são (potencialmente) diretamente aplicáveis na solução dos problemas sociais.
Ok, então podemos justificar o investimento em ciências. Mas isso ainda está longe da justificativa em áreas como a exploração espacial e a física de partículas e astrofísica.
Seguiremos nessa direção e sentido, mas faremos ainda algumas escalas na continuação desta série.
Parte 3
Um comentário:
Minha opinião pessoal é que CT é prioridade em qualquer situação. O avanço científico durante guerras (I e II guerras mundias, guerra fria) é enorme e inacreditável. Imagine parte desse esforço aplicado em tempos de paz. Mas em tempos de paz as pessoas querem saber qual o retorno dos investimentos e a pesquisa básica não pode mensurar.
Postar um comentário